Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the insert-headers-and-footers domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-includes/functions.php on line 6121

Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the wpforms-lite domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-includes/functions.php on line 6121

Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the advanced-ads domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-includes/functions.php on line 6121

Deprecated: version_compare(): Passing null to parameter #2 ($version2) of type string is deprecated in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-content/plugins/elementor/core/experiments/manager.php on line 132

Deprecated: strpos(): Passing null to parameter #1 ($haystack) of type string is deprecated in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-content/plugins/elementor-pro/modules/loop-builder/module.php on line 200
Um salve para Martinha do Coco! revistaxapuri.info

Um salve para Martinha do Coco!

Um salve para Martinha do Coco!

Marta Leonardo ou Martinha do Coco é artista e moradora do Paranoá há 40 anos. Nasceu em Olinda, PE, de onde migrou com sua família para a antiga Vila do Paranoá aos 17 anos de idade…

Por Coletivo Território Cultural do Paranoá/Romulo Andrade

Desde então, trabalhou como empregada doméstica para ajudar no sustento da casa.
Em uma dessas experiências de trabalho, teve contato com uma musicista que percebeu seu talento artístico e a ajudou a retomar seu amor pela música. Seu primeiro experimento musical foi uma banda com instrumentos reciclados, quando trabalhou como gari, varredora de rua.
Martinha teve a oportunidade de iniciar sua carreira artística cantando samba de coco no grupo de percussão da Organização Tambores do Paranoá – TAMNOÁ – e é uma das fundadoras do Ponto de Cultura Tambores do Paranoá. A partir daí, ela vem desenvolvendo um trabalho autoral com as influências culturais da terra onde nasceu e cresceu – coco, maracatu e ciranda.
Em 2013, Martinha do Coco recebeu do Ministério da Cultura o título de Mestra da Cultura Popular e em 2019 recebeu foi homenageada pela Câmara Legislativa do Distrito Federal.


Desde o início de sua carreira, em 2006, Martinha do Coco realizou apresentações com sua banda em diferentes eventos dentro e fora do DF, tendo se apresentado no show de comemoração do Aniversário de 54 anos de Brasília, na semana de extensão universitária da UnB e em diversos festivais, como o Festival de Música e Cultura Popular do Paranoá, o Festival Latinidades, o Festival de Cultura Popular de Bonito/GO, Festival de Cultura Como Rosa para o Sertão de Sagarana/MG, o Festival de Rabeca de Bom Jesus/PI e o Festival Rythmes et Formes du Monde, em Toubab Dialaw/Senegal.
Mulher negra e periférica, Martinha do Coco é hoje uma referência de tradição para os moradores no Distrito Federal e promove todo ano, no Paranoá, um pré-carnaval de rua com o bloco Segura o Coco.


Martinha foi minha aluna nas oficinas de Arte, Cultura e Cidadania que como professor pude organizar de 2003 a 2005 no EJA – Educação de Jovens e Adultos –, trabalhando no CEF 03 do Paranoá sob a direção da professora Miriam.
Por conta do apoio e da sensibilidade dessa diretora, promovemos uma experiência das mais criativas, enriquecedoras e alegres com alunos de 15 a 60 anos. Aos alunos era dado o direito de escolher o que iam desenvolver em nossas atividades, e o resultado foi excelente.
Educação de qualidade, descolonizada, é uma chave pra se repensar as relações na sociedade – aí é que pode estar a mudança revolucionária que sonhamos: asi, paso a paso seguimos ‘agrietando el capitalismo’ (abrindo fendas na pesada estrutura do sistema econômico) – expressão usada entre as comunidades do movimento zapatista do sul do México.

Romulo Andrade – Artista visual, poeta e ativista dos Direitos da Natureza. Perfil produzido a partir do conhecimento próprio e de informações contidas em release do Coletivo Território Cultural do Paranoá. Imagens cedidas por Romulo Andrade.

Block

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapui.info. Gratidão!

 
http://revistaxapuri.info/a-lenda-do-lago-paranoa/
[instagram-feed]
Enable Notifications OK Não, obrigado.