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Se é público, é para todos revistaxapuri.info

Se é público, é para todos

Se é público, é para todos

O lançamento da campanha “Se é público, é para todos”, no dia 6 de junho 2016, na Fundição Progresso, Rio de Janeiro (RJ), foi marcado pela realização de debates sobre a valorização do bem público – empresas, serviços, patrimônio, políticas, espaços e tudo mais que se constitui em riqueza do e para o povo brasileiro. Organizado pelo Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, reuniu intelectuais, especialistas e dirigentes dos movimentos sindical e social de diversas regiões do país.

O ponto alto do evento foi a presença do ex-presidente Lula. Logo no início do seu discurso para mais de duas mil pessoas, ele destacou a importância das empresas públicas. “Mostramos que é possível fazer políticas públicas em que o pobre não era um problema e sim solução. Todo mundo sabe a importância, por exemplo, da Caixa para financiar a habitação, saneamento básico, Minha Casa, Minha Vida e outros programas sociais. E hoje a Caixa é o segundo banco em ativos, mostrando que é só dar uma chance aos pobres, com crédito, porque isso é acreditar no futuro”, afirmou.

Representantes da CUT, CTB, Intersindical, FUP, Fenae e Contraf-CUT, entidades que integram o Comitê, também manifestaram a disposição dos trabalhadores de comandar uma ampla mobilização para mostrar à sociedade que o bem público é de todos e não de alguns. “Para que serve uma empresa pública? Ficaríamos imaginando o que teria acontecido, por exemplo, em 2008, na crise que atingiu todo mundo, se não houvesse os bancos públicos no Brasil que continuassem a fazer empréstimos”, observou o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

Ele completou: “A Caixa tem que atender a população, tem que atender ao desenvolvimento do país, não atender apenas aos rentistas. Se ela fizer isso, não estará cumprindo o seu papel. Por isso, estamos juntos com todas as entidades, sociedade civil, sindicatos nessa campanha, porque sem as empresas públicas nós vamos aumentar nossa desigualdade, nossa pobreza e desarrumar aquilo tudo que tem sido construído. Esse projeto (Estatuto das Estatais) é maligno, temos certeza de que conseguiremos reverter essas e outras propostas lesivas”.

Na avaliação da coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Maria Rita Serrano, o ato de lançamento da campanha superou expectativas e é um grande estímulo na luta contra projetos de desmonte do Estado. “Daqui vamos sair mais fortes para resistir ao golpe, porque onde tem empresa pública tem desenvolvimento”, disse. Os próximos passos da campanha serão discutidos em reunião das entidades que integram o colegiado, e divulgados em breve. Também está prevista a edição de um jornal específico sobre o lançamento da campanha “Se é público, é para todos”.

Debates

Além do ato político, o evento também foi marcado pela realização de debates sobre a valorização do bem público. De forma quase unânime os debatedores denunciaram a orientação golpista do governo de Michel Temer, que quer aprovar a toque de caixa mudanças profundas na organização do Estado.

Guilherme Estrella, geólogo e ex-diretor da Petrobras, apresentou dados sobre a origem e desenvolvimento da empresa e destacou a grande importância da descoberta do pré-sal para o País. “As estatais são a ferramenta do povo brasileiro para construir a soberania nacional”, apontou. “E se não dermos um basta (no governo golpista), serão vendidas a estrangeiros”, alertou.

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Na sequência, o advogado tributarista Ricardo Lodi abordou o golpe contra a presidenta da República afastada Dilma Rousseff, e afirmou que nesse momento a sociedade tem apenas dois caminhos: lamentar ou se levantar contra um governo golpista que pretende excluir trabalhadores, negros, mulheres e pobres.

O cientista político Emir Sader destacou a importância dos bancos públicos, igualmente na mira dos golpistas. “Temer quer fechar 400 agências da Caixa. Alguém aqui acredita que o Bradesco ou o Itaú vão financiar moradia para pobres?”, questionou.

A filósofa Márcia Tiburi lembrou que o novo governo e sua equipe desprezam a esfera do que é público e a participação feminina na política. “Se nós, mulheres, não estamos presentes com nossos corpos e ideias nos espaços de poder, então esse espaço não é ‘público’ e nos silencia”, avaliou.

Outra mulher presente, a deputada federal Jandira Feghalli (PCdoB-RJ), adicionou ao debate a necessidade de democratização dos meios de comunicação no Brasil, hoje dominados por não mais do que seis famílias.

“É uma dívida da esquerda não ter enfrentado ainda esse monopólio, porque a comunicação é irmã gêmea da educação e da cultura como instrumento transformador de uma sociedade”, ressaltou.

Fora, Temer!

O ato político foi apresentado pelos atores Tuca Mores e Luiz Fernando Lobo. Eles destacaram o investimento dos governos Lula e Dilma em vários setores da esfera pública, numa clara contradição com o que pretende o governo ilegítimo de Michel Temer. Um pano de chão com a palavra “golpista” foi colocado no palco e, a cada pausa de texto, o público repetia o mote da campanha.  “Se é público é para todos” ou o bordão “Fora, Temer”!

Para Lula, somente o Estado pode “fazer justiça social”, ou seja, atender aos interesses dos mais pobres sem ter o lucro como prioridade. “Tenho orgulho do que é público, não vergonha. No dia em que hospital de rico atender pobre e empresários oferecerem transporte de qualidade e energia barata, eu deixarei de vir em atos como esse e defender o que é público”, afirmou.

fenae

Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal
Fotos: Acervo Fenae

 

 

Block

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapui.info. Gratidão!

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