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Querida moça de Formosa revistaxapuri.info
Querida moça de Formosa

Querida moça de Formosa

Querida moça de Formosa

Por Marcos Jorge Dias

Na manhã ensolarada deste 9 de abril, em que os bem-te-vis saltitam nas palhas dos coqueiros que o vento balança, as borboletas amarelas, exaltadas na poesia de Cora que você ainda ontem me enviou, namoram as flores do pé de maracujá enramado na cerca e o gato pachorrento se espreguiça ao sol no caramanchão do Bougainville, recebo a notícia do seu encantamento.

O primeiro sentimento que me veio foi de raiva. Sim, uma raiva egoísta.

Não ouvir sua risada sonora ecoando nas terras do bem-querer; não ver seu olhar brilhante, reflexo dos cristais do chapadão do Goiás e sua voz de cotovia a contar causos e histórias que nos assombravam ou faziam rir, me doeu no peito. Moça formosa de Formosa, não devias ter partido assim, nos deixando essas ausências.

Chorei. Mesmo sendo o poeta acreano de sua preferência, como você costumava me dizer, não sou homem de me dar ao choro em abundância, mas dessa vez eu chorei. Os açoites da vida me curtiram o couro das costas e tudo que posso dizer nesse momento, passada a raiva egoísta, é que entendo sua coragem.

Seu período de prisão no casulo do corpo acabou. Agora você é borboleta cósmica, pó de estrelas, anjo no céu dos poetas. Então… o que dizer? Até breve! No momento certo nos encontraremos, nas rodas de poetas, nas areias à beira-mar, nas manhãs ensolaradas de poesias, em um abril de qualquer tempo.

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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