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Quem segura um escravo

Quem segura um escravo que sonha com a própria liberdade?

Quem segura um escravo que sonha com a própria liberdade?

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Os mais velhos sabem, porque ouviram seu avô contar…

Por Glória Moura

São histórias daqueles primeiros tempos, contados pelo pai do seu avô e, antes dele, pelo avô de seu bisavô. Dizem que ali naquelas serras da Chapada dos Veadeiros havia uma mina chamada Boa Vista.

Ali os escravos trabalhavam de sol a sol, cavoucando as grupiaras para tirar aqueles montões de cascalho que depois eles lavavam nos regos que traziam a água dos rios e córregos, para separar o ouro.

Porque, como era de costume, por qualquer pequena falta que o escravo cometia, lá estava o senhor para aplicar-lhe os castigos. Eram presos no tronco pelos pés e pelas mãos. Amarrados no pelourinho, apanhavam com o chicote molhado que lanhava suas costas. E a palmatória cantava, batendo em suas mãos.

Os mais velhos ouviram até mesmo contar que, quando um escravo fugia e o senhor pegava de volta, costumava queimar os pés dele com gordura quente, para não poder mais fugir.

Mas quem segura um escravo que sonha com a própria liberdade? Por isso os escravos, apesar dos castigos, continuavam tentando fugir.

Glória Moura – Coordenadora do Projeto “Uma História do Povo Kalunga”, MEC, 2001.

https://revistaxapuri.info/pt-e-agora-psol-pede-que-tse-exija-acoes-do-whatsapp/

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapui.info. Gratidão!

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