Ponte para o futuro: Terra arrasada pra classe trabalhadora –
A maioria da classe trabalhadora, como sempre desatenta e até mesmo avessa à política por seu uso pela elite, em uma posição definida por Bertolt Brecht como “analfabeto político”, não presta atenção ao que essa mesma elite faz para continuar sua trajetória histórica de dominação e exploração, retirando dos trabalhadores e das trabalhadoras os direitos conquistados com muita luta, suor e sangue.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI), bunker de uma parte inconsequente do empresariado brasileiro que sempre viveu à sombra do Estado, com benesses que usurpam os recursos que poderiam dar uma vida mais justa para o povo brasileiro, apresentou ao “governo golpista” a pauta que transforma em terra arrasada os direitos sociais e trabalhistas, causando um retrocesso de mais de 60 anos nas relações do trabalho no Brasil.
O documento, entregue ao presidente interino Michel Temer no dia 4 de maio, representa o posicionamento do setor produtivo de que “apenas com a adoção dessas iniciativas, os empresários vão recuperar a confiança e voltar a investir”. A “Agenda para o Brasil sair da crise 2016-2018” traz 36 medidas para serem levadas a efeito imediatamente após a solução do impasse político. Dentre elas, encontra-se a reforma do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), com base nas seguintes premissas:
- Adotar idade mínima para as aposentadorias por tempo de contribuição;
- Equiparar, gradualmente, o diferencial do tempo de contribuição das mulheres ao dos homens e o dos trabalhadores rurais ao dos demais trabalhadores na aposentadoria por tempo de contribuição;
- Equiparar as regras para aposentadoria dos professores às dos demais trabalhadores;
- Desvincular o valor dos benefícios previdenciários do salário mínimo; e diferenciar o piso dos benefícios previdenciários do piso dos benefícios assistenciais.
Essas são medidas que derrubam direitos seculares dos trabalhadores. Para a nossa categoria de professores propõe, de forma criminosa, a retirada do direito à aposentadoria especial, com a equiparação das regras da aposentadoria previstas na Constituição da República, aos demais trabalhadores.
Além da investida contra as mulheres, contra os trabalhadores rurais, os aposentados estão na mira do governo interino, que toma medidas como se fosse permanente. A proposta de desvinculação do valor dos benefícios previdenciários do salário mínimo atenta contra o preceito do direito adquirido.
A proposta de terceirização, outra medida de destruição e precarização do trabalho, também está na agenda do governo da “ponte para o futuro” de miséria dos trabalhadores. É a política de terra arrasada das elites reacionárias contra a classe trabalhadora. É hora de mobilizar, para dinamitar essa “pinguela para o atraso”.