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Para que ninguém se esqueça: Há 25 anos, Galdino Pataxó era queimado vivo em Brasília revistaxapuri.info

Para que ninguém se esqueça: Há 25 anos, Galdino Pataxó era queimado vivo em Brasília

Para que ninguém se esqueça: Há 25 anos, Galdino Pataxó era queimado vivo em Brasília – Em 20 de abril de 1997, um grupo de jovens de classe média ateou fogo no corpo do líder indígena Galdino numa parada de ônibus de Brasília

Eles nos chamam de selvagens, mas são uns verdadeiros animais” – Wilson Pataxó, sobrinho de Galdino

Era o começo  de uma manhã de domingo, 20 de abril de 1997 quando, por volta das 5h30  da madrugada, cinco jovens de classe média – Antônio Novely Vilanova, Max Rogério Alves, Tomás Oliveira de Almeida, Eron Cesar Oliveira e Gutemberg Nader Almeida Júnior – atearam fogo no corpo de Galdino Jesus dos Santos, cacique indígena do povo Pataxó, em um ponto  de ônibus em Brasília.

CONTINUA DEPOIS DO ANÚNCIO

O fogo, ateado “só por brincadeira”,  segundo declarações dos próprios meliantes que, depois de terem visto ”um mendigo” dormindo, foram a um posto de gasolina comprar o álcool e o fósforo para o crime, queimou 45% do corpo de Galdino. O líder Pataxó morreu um dia depois, aos 44 anos de idade, com o diagnóstico de insuficiência renal, provocada  pelas desidratação de seu corpo.

Galdino havia chegado à capital federal no dia anterior, 19 de abril – Dia do Índio – para, junto com uma delegação de outros oito líderes indígenas Pataxó do sul da Bahia, fortalecer a luta pela demarcação da Terra Indígena Pataxó, uma guerra desigual contra invasores e fazendeiros que, em 1986, já tinha matado um de seus 11 irmãos. Sua jornada de luta foi encerrada no dia 22 de abril  de 1997, no  Hospital Regional da Asa Norte (HRAN) em Brasília.

Cansado, depois de um longo dia de manifestações e de uma agenda de reuniões com representantes da FUNAI (Fundação  Nacional do Índio), Galdino se perdeu do grupo e, por não conseguir chegar  à pensão onde estava hospedado antes das  22 horas, último horário permitido para a entrada, resolveu esperar o dia amanhecer deitado no banco de concreto de uma parada de ônibus da Asa Sul, área central de Brasília.

O crime só não ficou impune porque um chaveiro que chegava perto do local para mais um dia de trabalho, presenciou a tragédia e anotou a placa do carro dos fugitivos e acionou a polícia, que conseguiu identificar e prender os criminosos. Porém, mais de duas décadas depois do assassinato, o crime continua deixando profundas marcas na vida da família do líder indígena: seus três filhos cresceram sem pai, enfrentando muitas dificuldades; sua mãe morreu de desgosto, há dez anos.

Já para os assassinos, a vida corre normal: todos cumpriram suas penas, alguns com denúncias de regalias, mas cumpriram,  e não devem mais nada à Justiça. Dos cinco, quatro foram aprovados em concursos e se tornaram servidores em órgãos da administração pública, inclusive na Polícia, e um integra a equipe de um importante escritório de advocacia na capital federal.

SOBRE O POVO INDÍGENA PATAXÓ

Os Pataxó vivem em diversas aldeias no extremo sul do Estado da Bahia e norte de Minas Gerais. Há evidências de que a aldeia de Barra Velha existe há quase dois séculos e meio, desde 1767. Em contato com os não índios desde o século XVI e muitas vezes obrigados a esconder seus costumes, os Pataxó hoje se esforçam para avivar sua língua Patxohã e rituais “dos antigos” como o Awê (pib.socioambiental).

Fontes: Midia1508/ Imagens & História 2.0

Brasília -19/04/2001: Cartaz com a foto de Galdino é visto durante protesto contra a impunidade, realizado por indÌgenas na Esplanada dos Ministérios  durante o Dia do Índio.  Foto: Joedson Alves/Estadão.

http://revistaxapuri.info/um-escracho-civilizatorio/

 
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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapui.info. Gratidão!

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