Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the insert-headers-and-footers domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-includes/functions.php on line 6121

Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the wpforms-lite domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-includes/functions.php on line 6121

Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the advanced-ads domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-includes/functions.php on line 6121

Deprecated: version_compare(): Passing null to parameter #2 ($version2) of type string is deprecated in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-content/plugins/elementor/core/experiments/manager.php on line 132

Deprecated: strpos(): Passing null to parameter #1 ($haystack) of type string is deprecated in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-content/plugins/elementor-pro/modules/loop-builder/module.php on line 200
Os seres das águas revistaxapuri.info

Os seres das águas

Os seres das águas

Os seres das águas são muitos: ostras, caranguejos, tartarugas, iaçás e tracajás, lontras e ariranhas, certas cobras, jacarés, botos, mas, sobretudo, os peixes…

Por Manuela Carneiro da Cunha e Mauro Almeida

Os seringueiros classificam os peixes de vários modos: Uma das classificações mais abrangentes e óbvias é a morfológica. Mas aqui também há uma pluralidade de critérios possíveis: um, o mais comum, é o que distingue os peixes de escama, os de couro e os de casca.

No entanto, esse critério nem sempre prevalece: arraias e soias, de um lado, e poraquês, muçus e sarapós, de outro, são em geral mencionados como famílias à parte, e incluem tanto peixes de escama como de couro: nesses casos, é o modelo ou forma do peixe o critério de agrupamento.

Outros peixes difíceis de classificar, e que ocasionalmente são assimilados aos peixes de couro, são os cuiús e os bacus, que têm couro, mas também uma parte de casco.

CONTINUA DEPOIS DO ANÚNCIO

Outra classificação genética assenta-se no tamanho: peixes grandes são uma categoria em si. Incluem a tambaqui e a pirapitinga (que são de escama), o cuiú e às vezes o bacu, além de muitos peixes de couro – surubim, vários jundiás (jundiá-preto ou açu, camisa-de-meia, manteiga, amarelo), caparari, filhote, dourado. Os seringueiros conhecem outros peixes grandes, como o pirarucu e o aruanã, que parecem não ocorrer na Reserva [Extrativista do Alto Juruá].

Dentre as alternativas classificatórias, vale a pena chamar a atenção para uma solução sui generis: os seringueiros parecem agrupar as famílias de peixes com critérios em que o termo “família”, de metafórico, passa a ser literal, ou seja, uma unidade cujos membros compartilham comida e tendem a se deslocar juntos. Portanto, são agrupados em famílias aqueles peixes que comem o mesmo tipo de comida e “viajam” juntos.

A viagem de que se trata aqui é a da piracema, a grande migração anual de várias espécies de peixes por ocasião do verão. Assim, por exemplo, a frecheira ou cubiú é tida por parente dos piaus, porque come lodo e semente como os piaus e “viaja” com eles na piracema.

O pacu, a piaba-chata ou reis, a matapiri e as piabinhas-mirim formam outra família, que inclui a sardinha, porque comem sementes e viajam em um mesmo grupo – isso apesar de a sardinha ter espinhas e os outros membros da família não.

A gata e a madalena também viajam nesse contingente, mas como têm um regime de alimentação diferente, por comerem piabinhas, não fazem parte da família. E o saburu é “quase” da família das piabas, porém não come semente, só lodo e lama.
Com esse critério implícito, peixes que não fazem piracema e cuidam dos filhotes – como o jacundá, o cará, o tucunaré, a traíra, o pirarucu – distinguem-se dos demais e, embora muito diferentes entre si sob outros aspectos, podem ser agrupados.

Manuela Carneiro da Cunha – Copiar do mês passado.

Mauro Almeida – Copiar do mês passado.

https://revistaxapuri.info/e-quando-falha-a-memoria/

Block

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapui.info. Gratidão!

[instagram-feed]
Enable Notifications OK Não, obrigado.