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O homem quem virava onça revistaxapuri.info

O homem quem virava onça

O homem quem virava onça

Na comunidade Kalunga contam que havia um homem que de noite virava onça…

CONTINUA DEPOIS DO ANÚNCIO

Por Glória Moura

Uma vez, era uma noite de lua cheia, ele virou onça e matou uma novilha na fazenda do próprio filho. Quando viu a novilha morta, o filho pensou:
– Isso é coisa de onça. Vou ficar aqui de tocaia para pegar essa onça.

Ele passou o dia e a noite esperando a onça aparecer novamente. De repente, ouviu um barulho de mato amassado.

Era a onça que vinha devagarinho. Ele se preparou, armou a espingarda, mas quando a onça
chegou perto ele percebeu que era seu pai e não atirou.

A onça fugiu espantada. Quando o filho chegou em casa, o pai já estava lá. Ele disse:

– Pai, o senhor tem de parar com essa estória de virar onça. Hoje eu quase atirei no senhor. Foi por pouco. Eu sou um bom caçador de onça e quase matei o senhor.

O senhor mata minhas novilhas quando está virado em onça e me dá prejuízo. Vamos numa rezadeira para o senhor ficar livre desse encanto. Assim fizeram. A rezadeira quebrou o encanto, e o pai nunca mais virou onça.

Glória Moura – Pesquisadora. Estória narrada por Joaquim de S. R., da Comunidade Kalunga/GO, e registrada pela pesquisadora Glória Moura em Estórias Quilombolas, MEC, ano 2000.

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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