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Mensagem para as filhas e o filho do Chico Mendes revistaxapuri.info

Mensagem para as filhas e o filho do Chico Mendes

Mensagem para as filhas e o filho do Chico Mendes

Faz 34 anos que Chico Mendes, nosso amigo, morreu. E eu deixo uma mensagem para as filhas e filho do Chico Mendes. Deixo o pensamento positivo que o pai deles tinha. Desejo que os filhos de Chico Mendes sejam tão bons como o pai que eles tiveram…

Por Davi Kopenawa Yanomami

Os filhos devem seguir o caminho do pai, continuar a luta do pai. Pegar a mesma bandeira. Os filhos de Chico Mendes devem lembrar sempre do sonho de seu pai; não devem esquecer de quem são filhos. É preciso mostrar de onde partimos e aonde vamos chegar. Não pode negociar, enfraquecer, nem esmorecer na luta.

Não tem dinheiro que pague um pedaço de floresta. Os filhos de Chico Mendes não índios, mas são nap+pe [não-indígena] da floresta. Os fazendeiros são os besouros grandes que cortam a floresta. Os mineradores são tatu grande que faz buraco e destrói. São como tatu-canastra – os mineradores, com unhas grandes, cavando lá no fundo em busca das riquezas da terra.

Nós, lutadores, nunca vivemos e nem morremos sozinhos. Nós confiamos em nossos líderes. O Chico já viveu e, agora, ele cuida de nós. Nós, homens da floresta, somos frutos da terra, da força da natureza. Eu sou fruto, meu pai era fruto. Eu sou semente de meu pai. Semente de meu povo. As filhas e o filho de Chico Mendes são sementes que devem continuar na luta.

Davi Kopenawa – Líder Yanomami, amigo de Chico Mendes. Depoimento concedido a Zezé Weiss, para o livro Vozes da Floresta.

https://revistaxapuri.info/vinganca-transversa-ou-perseguicao-cruzada-metodo-do-lawfare/

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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