Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the insert-headers-and-footers domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-includes/functions.php on line 6121

Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the wpforms-lite domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-includes/functions.php on line 6121

Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the advanced-ads domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-includes/functions.php on line 6121

Deprecated: version_compare(): Passing null to parameter #2 ($version2) of type string is deprecated in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-content/plugins/elementor/core/experiments/manager.php on line 132

Deprecated: strpos(): Passing null to parameter #1 ($haystack) of type string is deprecated in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-content/plugins/elementor-pro/modules/loop-builder/module.php on line 200
Memórias e Lendas da Minha Formosa Antiga revistaxapuri.info

Memórias e Lendas da Minha Formosa Antiga

Memórias e Lendas da Minha Formosa Antiga

Na minha Formosa antiga, a Semana Santa, embora silenciosa e triste, constituía realmente, durante toda a Quaresma, um tempo de contrição e de recolhimento. As imagens todas eram vestidas de roxo, às sextas-feiras não se comia carne e, à noite, à via sacra, se cantava: A morrer crucificado/ Meu Jesus é condenado/ Por teus crimes, pecador!

Por Maria Aparecida Hamu Opa

Sexta-feira da Paixão a tristeza baixava sobre a cidade e parecia que neste dia até os galos cantavam tristes. Não tocavam os tradicionais sinos da igreja. A hora da procissão do enterro era avisada pela matraca: uma alça frouxa de ferro afixada numa tábua que, agitada, fazia um ruído característico e conhecido. Isto sem falar das inúmeras crendices que provocava este dia:

– Tirar leite? Saía sangue.

– Carrear? Virava alma penada após a morte e passava anos carreando pelas madrugadas das sextas-feiras e assombrando a gente.

Quem da minha geração não ouviu o canto do carro de boi assombrado? E o monjolo daquele indivíduo que socou arroz na Sexta-feira da Paixão? Como era feliz, ingênuo e crédulo o nosso povo!

Eu juro que até pelos anos 54 e 55 ouvi um carro cantador na Sexta-Feira e Oh! E medo mesmo eu tive do Romãozinho! As coisas mirabolantes que contavam com tanta veemência e riqueza de detalhes abalam até hoje a nossa incredulidade no sobrenatural.

Passei certa vez, há menos de 20 anos, pela casa onde ele reinou, lá pelos lados da Fazenda Bocaina. Ouvi tantas histórias, que planejei mil vezes procurar os antigos moradores ainda vivos então, e morando cá na cidade, correndo da tal assombração. Não o fiz. E sinto por isto.

Várias lendas povoaram a minha infância: a palmeira da Lagoa Feia; a serpente da Praça Rui Barbosa; o porco imenso que à meia noite aparecia sob o velho jatobazeiro da Bica: a querida e famosa Bica, que hoje nada mais é que um córrego canalizado sob o asfalto da Av. Brasília, foi logradouro importante para a nossa juventude.

Era lá que, às tardes, antes da reza na matriz, íamos passear.  Sem as

preocupações e as contaminações de agora, bebíamos com as mãos em concha a água fresca que descia da nascente. Daí o chiste popular, que não é só nosso, como cita o Dr. Pimentel (Antônio Pimentel é historiador) também em seu livro Sobre Luziânia: “Quem bebe água da bica, aqui fica”.

Maria Aparecida Hamu Opa – Professora (in memoriam). Excerto de texto publicado na Revista DF Letras, edição 25/26, ano III. Com edições de Iêda Vilas-Bôas.

https://revistaxapuri.info/elizabeth-teixeira-resistente-da-luta-camponesa/

Block

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapui.info. Gratidão!

 

 

[instagram-feed]
Enable Notifications OK Não, obrigado.