Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the insert-headers-and-footers domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-includes/functions.php on line 6121

Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the wpforms-lite domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-includes/functions.php on line 6121

Notice: Function _load_textdomain_just_in_time was called incorrectly. Translation loading for the advanced-ads domain was triggered too early. This is usually an indicator for some code in the plugin or theme running too early. Translations should be loaded at the init action or later. Please see Debugging in WordPress for more information. (This message was added in version 6.7.0.) in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-includes/functions.php on line 6121

Deprecated: version_compare(): Passing null to parameter #2 ($version2) of type string is deprecated in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-content/plugins/elementor/core/experiments/manager.php on line 132

Deprecated: strpos(): Passing null to parameter #1 ($haystack) of type string is deprecated in /home/u864329081/domains/revistaxapuri.info/public_html/wp-content/plugins/elementor-pro/modules/loop-builder/module.php on line 200
Lilith: A feminista primeira... revistaxapuri.info

Lilith: A feminista primeira…

Lilith: A feminista primeira… e o desafio histórico-cultural recorrente à figura masculina de criação e seu culto (do cristão ao pagão).

Por Iêda Vilas-Bôas – Reinaldo Filho Vilas Boas Bueno

Confusamente, o livro mais antigo do mundo coloca a primeira mulher do Paraíso em páginas arrancadas e frases inacabadas. Mas sua face é plural: em diversas culturas, foi vista como a Deusa-Mãe, como Gaia, como a primeira esposa do Deus vigente, também era vista como um demônio, no sentido anticristão. Era o polo feminino do Paraíso.

CONTINUA DEPOIS DO ANÚNCIO

Trazia forjado, em si, um temperamento rebelde e nada submisso, que desafia, desde sua criação do barro, à figura masculina que pregava a criação pela luz. Recusou-se a se deitar com Adão de forma submissa e desafiou o próprio Criador falando em alta voz seu real nome; criando-se alada e abandonando o que seria o Paraíso – razão para Deus ter criado Eva como parte carnalmente complementar a Adão, e não igualitária, do próprio barro.

Ou, em outras histórias mais, e dizem os babilônicos que, por não aceitar a presença de Eva, ela se retirou e criou um paraíso paralelo. Um lugar cheio de vida, de seres naturais e sobrenaturais, de verde, de matas e rios, e passou a ser chamada como mãe de todos: a deusa do sagrado feminino e da fertilidade. A que se apoderou da luz divina. Mas, contos e contos depois, com o correr dos tempos se tornou tão sagrada que tomou a ressignificação e identificação com o poder e a independência feminina em vez das suas atribuições originais. Para a Deusa, a força lunar: de encher, inovar, minguar, crescer ou até escurecer.

Lilith pode ser conhecida por várias denominações: Lili, Lilu e Lilith. Sincretizada também como Ísis no Egito, Astarte em Canaã, Dianna em Roma, e por aí segue o sagrado multifacetado feminino. Seus primeiros registros vieram da Suméria e da Babilônia. Temos registro da famosa imagem de Lilith com pés de coruja e asas que vem desse período babilônico. A estátua é de 2004 a.C. até 1750 a.C e engloba o governo do famoso imperador Hamurabi, criador do primeiro código de leis de que temos notícia. A figura foi identificada com Lilith com base em textos e outras obras do período.

A deusa Lilith foi simbolizada com elementos como a coruja e com uma coroa, símbolo visível de seres divinos ou demoníacos. Ainda não havia essa classificação do bem e do mal que nos legou o Cristianismo. Naquele tempo, alguns ainda tinham a crença de que seria divino por então existir uma relação de equilíbrio entre as ações desses seres, e que um não vigora sem o outro. De forma que acabaram, por estarem numa região desértica, colocando Lilith como uma das representações demoníacas do deserto, relacionada à morte.

A fama de Lilith permanecia. Para uns, a mãe, a sementeira, a dona da vida; para outros, demoníaca e perigosa, a devoradora de vidas. Sua fama correu longe, pois entre 400 d.C e 800 d.C., coincidindo com o período de islamização da região, o que mostra que mesmo mil anos depois, a crença nesses seres ainda era corrente, foi encontrada uma série de tigelas, provavelmente de uso mágico, com desenhos e orações inscritos, com representações de Lilith e que, certamente, eram usadas para afastá-la.

Essas ideias do mal que habitam o deserto influenciaram a visão judaica de Lilith, que depois povoou a mente dos cristãos na Idade Média. Não existem referências claras a Lilith nem na Bíblia nem no Torah, mas ela é citada em alguns trechos do Talmud, que reunia o conjunto das Leis Judaicas sob o aspecto da ética e teologia e influenciaram o judaísmo rabínico na Europa.

No Talmud, segundo consta em pesquisas, é onde aparecem as citações da primeira mulher como uma criação direta de Deus, assim como Adão, que depois seria expulsa do Jardim do Éden (seria a própria serpente, alada, depois de corromper o casal criado de barro e costela, tomando suas asas para voar até o Mar Vermelho) e se tornaria uma pária.

No Zohar, um importante texto cabalístico hebreu apoia essa ideia e cita Lilith como a criação humana, juntamente de Adão, com o mesmo valor e importância. O livro chamado O Alfabeto de Ben-Sirá, de tom satírico, produzido por rabinos e intelectuais judeus, cita Lilith oficialmente por não querer ser submissa a Adão, inclusive ao ficar por baixo na posição sexual.

É claro que os machistas veteranos e aspirantes dão à fuga de Lilith do Paraíso como uma piada e advertência: ao se recusar a cumprir ordens masculinas, a mulher deveria sofrer o exílio e a humilhação. Infelizmente, ainda há uma réstia desse pensamento enraizado na cabeça de muita gente por aqui e aí; Entretanto, a cultura letrada da Idade Média e dos séculos seguintes, cultuaram a ideia da Lilith como a primeira mulher, uma mulher decidida, forte e corajosa, nossa primeira feminista.

São muitas histórias a respeito da luta de Lilith contra o patriarcado e machismo imposto por Deus, Adão, Abrahão e muito também foi poetizado e romantizado a respeito da deusa Lilith como forma do empoderamento feminino nos antros sagrados. Lilith é a metáfora mais antiga e ainda assim mais clara do poder, e poder se empoderar do feminino, e representa o fortalecimento dos direitos das mulheres de desenvolver a equidade de gênero, pensando no equilíbrio cósmico que necessita do polo passivo e do polo ativo.

Nos anos 1960, com a influência dos movimentos feministas, a figura de Lilith e seu papel foram revistos por parte das mulheres da comunidade judaica. Finalmente a deusa Lilith começa a ser entendida e respeitada como um símbolo de luta contra o patriarcado e sua imagem de subversão feminina passa a ter muita influência no universo feminino. Também se apropriam do mito os movimentos neopagãos em oposição aos dogmas do cristianismo.

Para estudiosos e teólogos, a mulher era vista como o homem incompleto, por ter órgãos genitais internos, pela gravidez, pela amamentação, pela menstruação. Enfim, a mulher era e ainda é um mistério, para alguns essa incompletude da mulher a colocava na condição de ser um homem defeituoso. Muitos não consideram e talvez nunca considerem que a mulher é plena em si mesma, perfeita enquanto ser. Essa é a maior virtude de Lilith: ressaltar a plenitude feminina, mostrar que o sagrado feminino é indivisível, é uno e completo em suas diferenças. Independente.

Entendemos e apoiamos que, a despeito do que religiões judaico-cristãs dizem, Lilith é uma deusa que representa a força feminina e tem poder sobre os ventos, as tempestades, a escuridão, a sedução, a vida. Ela representa a mulher livre, de opinião formada em suas experiências e raízes, que não se limita a hábitos e atitudes convencionais.

Lilith não se sujeita às expectativas sociais. Dona de si, liberta como libélula voando depois de breve chuva, vive de acordo com os seus desejos mais exóticos e exuberantes. Lilith até mesmo no escuro, por ser coruja, traz consigo a inteligência da raposa e a tenacidade e poder de adaptação da serpente. É coração: sentimento que se opõe à força, que também machista, é devida e dada ao homem.

Lilith não é feroz feminista, ela não faz exclusão do masculino. Sem preconceitos, cuida de despertar na consciência humana a importância do amor, em suas mais variadas formas. Para a deusa toda forma de vida faz parte de um todo, inclusive o ser humano, homem e mulher, que transmutam energias. Todas as mulheres podem ter a proteção dessa deusa e também os homens, pois a feminilidade está na alma – é natural.

Normalmente, dizem que todos os protegidos por Lilith são pessoas bonitas e atraentes, porém, estamos tratando de um terreno fluídico, onde a beleza física é um atributo carnal e não espiritual. A verdadeira essência de Lilith nos traz o resgate da consciência espiritual que nos reconecta com o sagrado feminino (um ser completo e único), envolvendo-nos numa atmosfera de amor, equilíbrio, independência e transcendência!

Salve, Deusa Lilith!

Iêda Vilas-Bôas – Escritora. Reinaldo Filho Vilas Boas Bueno – Escritor.



Réquiem para o Cerrado – O Simbólico e o Real na Terra das Plantas Tortas

Uma linda e singela história do Cerrado. Em comovente narrativa, o professor Altair Sales nos leva à vida simples e feliz  no “jardim das plantas tortas” de um pacato  povoado  cerratense, interrompida pela devastação do Cerrado nesses tempos cruéis que nos toca viver nos dias de hoje. 
COMPRE AQUI

[instagram-feed]
Enable Notifications OK Não, obrigado.