Pra quem não conhece, o Maculelê é uma dança afro-indígena de bastões. Comum no interior da Bahia e no Rio de Janeiro, a dança é uma mescla dos ritmos originários das etnias congo-angolanas com elementos da cultura indígena povo Aymoré. Mas como surgiu?
Era uma vez um povo africano, os Cucumbi, que gostava muito de música e de uma dança guerreira com bastões, chamada makélelè, palavra que no idioma quicongo significa algazarra, barulho, vozerio.
Quando vieram da África para trabalhar como escravos nos canaviais brasileiros, os Cucumbi trouxeram com eles essa herança cultural e, desde muito cedo, ensinavam aos filhos sua dança. Foi assim que, na Bahia, um casal de escravos ensinou o filho, a quem chamaram Maculelê, a dançar com bastões desde pequenino.
Mas, como tinha uma doença que o deixava muito triste, aos sete anos de idade, Maculelê resolveu fugir para a floresta, onde seus pais, sem sucesso, tentaram encontrá-lo. Quem o achou foram os índios Aymoré, que o convenceram a ficar escondido na oca do pajé da aldeia deles para se curar da doença.
Por muitos e muitos anos, Maculelê viveu isolado na oca do pajé, até que num dia de sol, quando os guerreiros saíram para caçar e pescar, apareceram uns indígenas rivais para atacar as mulheres e as crianças que haviam ficado na aldeia. Foi então que, num impulso, Maculelê saiu da oca e, com seus bastões de bambu, afugentou os invasores.
Quando os guerreiros voltaram, agradecidos foram à oca do pajé para saudar Maculelê pela bravura. Só então soube que estava curado! Para celebrar, os Aymoré fizeram uma linda festa e pediram a ele para lhes ensinar a lutar com bastões.
Dos movimentos da luta guerreira dos bastões com os ritmos indígenas surgiu uma dança nova. Para homenagear seu herói africano, os Aymoré deram à dança o nome de Maculelê!
Fonte: Africa Brasis, com edições.
Salve! Pra você que chegou até aqui, nossa gratidão! Agradecemos especialmente porque sua parceria fortalece este nosso veículo de comunicação independente, dedicado a garantir um espaço de Resistência pra quem não tem vez nem voz neste nosso injusto mundo de diferenças e desigualdades. Você pode apoiar nosso trabalho comprando um produto na nossa Loja Xapuri ou fazendo uma doação de qualquer valor pelo PIX: contato@revistaxapuri.info. Contamos com você! P.S. Segue nosso WhatsApp: 61 9 99611193, caso você queira falar conosco a qualquer hora, a qualquer dia. GRATIDÃO!
Réquiem para o Cerrado – O Simbólico e o Real na Terra das Plantas Tortas
Uma linda e singela história do Cerrado. Em comovente narrativa, o professor Altair Sales nos leva à vida simples e feliz no “jardim das plantas tortas” de um pacato povoado cerratense, interrompida pela devastação do Cerrado nesses tempos cruéis que nos toca viver nos dias de hoje.