Juazeiro: A cara da paisagem do sertão nordestino
“Juazeiro, Juazeiro
Me responda, por favor
Juazeiro, velho amigo
Onde anda o meu amor
Ai, Juazeiro
Ela nunca mais voltou
Diz, Juazeiro
Onde anda meu amor…”
Trecho da música Juazeiro: Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga
Eternizado nesta canção, o juazeiro (Ziziphus joazeiro Mart.) é um dos elementos típicos das paisagens dos sertões nordestinos.
É uma espécie endêmica da vegetação caatinga, com porte arbóreo e característica perenifólia, ou seja, não perde suas folhas no período seco do ano, ao contrário da maioria das espécies da flora no bioma Caatinga. Essa particularidade deixa o juazeiro em evidência no período seco do ano, onde o verde de suas folhas contrasta com o acinzentado da paisagem.
Seus frutos são pequenos, porém suculentos e adocicados, possuem alto teor de proteínas e vitamina C, sendo muito apreciados por diversos animais silvestres e domésticos, principalmente caprinos e ovinos. Na alimentação humana, é comum a utilização do fruto in natura ou na fabricação de geleias caseiras.
Além de todos esses benefícios, o juazeiro é utilizado como planta medicinal pela tradição popular no combate a problemas gástricos através do extrato de suas folhas. Por outro lado, o pó da raspa da casca desta planta possui alto teor de saponinas, sendo muito utilizado para higienização bucal, prevenindo contra cáries e promovendo a redução da placa bacteriana.
Indiscutivelmente, o juazeiro constitui uma riqueza natural da Caatinga, com diversos benefícios para o homem e a biodiversidade. No entanto, não se pode esquecer que o uso de qualquer planta para fins medicinais deve ser muito bem estudado e planejado, evitando-se causar riscos ao estado de conservação dessas espécies.
Assim, espera-se que o compartilhamento de conhecimentos sobre biodiversidade aflore nas pessoas o desejo de cuidar cada vez mais do nosso meio ambiente.
Matéria e fotos do Eduardo Henrique, parceiro da Xapuri e administrador da página Viva Caatinga em Floresta, Pernambuco, Brazil.