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Tremeliques De Jambú revistaxapuri.info

Tremeliques De Jambú

Tremeliques De Jambú

Por: Maria Maia

tremeliques de jambú

Manaus, Rio Branco, Belém

cidades q me convêm:

vou-me embora

vou-me embora

Macunaíma me espera

e a paixão me devora

 

ah! Ver-o-Peso em Belém

maniçoba muçuã

tacacá cupuaçu

patichouli abacaba

tambaqui pirarucu

açaí e graviola

-tapioca e não granola:

flor esta te quero bem

 

quero te ver de manhã

comer tapioca e cuscuz

fazer teu o meu bem bom

e escutar um bom blues

 

vamos comer mariola

quero te ver de batom

quero te ver logo agora

enquanto o céu tá azul

 

arde a noite e a madrugada

quase não penso em nada

já escuto a passarada

abrindo uma linda manhã

 

embora um pouco tristonha

com emoção tamanha

fumo tabaco orgânico

e dou uns tapas na maconha:

vejo a vida em cor de rosa

faço poesia e não prosa

 

eu sem vc serei nada?

sem ti talvez eu já fosse:

mas como seria?

 

Sereia Iara aquosa e porosa

fazendo prosa e não poesia

 

ser da água noite e dia

nado nadesço no rio

ser forte do Norte

sedenta de melhor sorte

de mais alegria

 

arde a flor da vida em tom

suave a cor da vida então:

danço no meio-dia

seis da tarde e de manhã

lambada bailo danada

 

me embaraço nos teus braços

carimbó rodo em afã

de sentir teu corpo lasso

 

te roubo um abraço

um beijo

nossos corpos como arpejos:

unidos em forte laço

 

suor com suor em festejo

te envolvo no meu desejo:

nos meus sonhos te enlaço

[authorbox authorid=”” title=”Sobre a Autora”]

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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