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Goiás Velho como toda cidade histórica possui seus personagens folclóricos, aqueles que se destacavam de alguma forma diferente e criativa.
Uma delas era Maria da Purificação mais conhecida por Maria Grampinho, uma andarilha descendente de escravos que tinha o costume de agregar a sua roupa tudo o que encontrava pela frente como plásticos, retalhos e botões velhos. Também usava muitos grampos no cabelo e por isso ganhou este apelido.
Maria Grampinho morou durante o final da década de 40, no porão da casa de Cora Coralina, dormindo ao lado de uma bica d água, era uma mulher simples e que fazia suas próprias roupas. Cora Coralina a tinha como amiga e até lhe dedicara um poema. Hoje Maria Grampinho virou boneca e ajuda a movimentar a economia da cidade.
A artesã Marcele Camargo gasta 08 horas para confeccionar a peça. Feita de malha e roupa de algodão, com detalhes de fragmento de poesia bordado à mão, além de botões aplicados. Enchimento em manta acrílica. Cabelo de lã com pequenos grampos de metal.
As bonecas “Maria Grampinho” foram inspiradas na personagem de mesmo nome, que viveu na Cidade de Goiás até o ano de 1985. Passava os dias perambulando pelas ruas e afixava nos cabelos todos os grampos que encontrasse, assim como costurava em suas saias os botões que encontrava.
Dormia no porão da casa da poetisa Cora Coralina, que a imortalizou no poema. “Coisas de Goiás: Maria”. Faleceu poucos meses depois da morte da poetisa.
Coisas de Goiás: Maria
Cora Coralina
Maria. Das muitas que rolam pelo mundo.
Maria pobre. Não tem casa nem morada.
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Vive como quer.
Tem seus mundos e suas vaidades. Suas trouxas e seus botões.
Seus haveres. Trouxa de pano na cabeça.
Pedaços, sobras, retalhada.
Centenas de botões, desusados, coloridos, madre – pérola, louça,
Vidro, plástico, variados, pregados em tiras pendentes.
Enfeitando. Mostruário.
Tem mais, uns caídos, bambinelas, enfeites, argolas, coisas dela.
Seus figurinos, figurações, arte decorativa,
criação, inventos de Maria.
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Maria Grampinho, diz a gente da cidade.
Maria sete saias, diz a gente impiedosa da cidade.
Maria. Companheira certa e compulsada.
Inquilina da casa velha da ponte.
Trecho de poesia retirado do livro “Vintém de Cobre: meias confissões de aninha” da Global Editora.
Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.
Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.
Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).
Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.
Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.
Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.
Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.
Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.
Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.
Zezé Weiss
P.S. Você que nos lê pode pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapui.info. Gratidão!
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