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Cabelo de Índio: depois do fogo, a florada revistaxapuri.info
Cabelo de Índio: depois do fogo, a florada

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Cabelo de Índio: depois do fogo, a florada

À medida que o frio chega com seu vento seco, nós daqui do Cerrado vamos nos preparando para viver a agonia das queimadas…

Por Zezé Weiss

Ano sim, ano sim de novo, aos poucos o ar vai se enchendo de fumaça, até ser totalmente tomado pelas cinzas dos troncos retorcidos, destroçados pelas labaredas do desmatamento.

Em meio a essa tragédia, uma linda flor branca, conhecida como cabelo-de-índio, insiste em resistir. Horas, apenas 24 horas depois do fogo forte, a Bulbostylis paradoxa, uma erva perene da família Cyperaceae, desabrocha esplendorosa.

Dados sobre essa fênix do Cerrado, que literalmente rebrota das cinzas, estão no estudo From ashes to flowers: a savanna sedge initiates flowers 24 hours after fire, da pesquisadora brasileira Alessandra Fidelis, publicado na revista Ecology em março de 2019.

Uma extensa matéria do professor José Tadeu Arantes, com mais informações sobre a Bulbostylis paradoxa, bem como sobre a presença e consequências do fogo na savana mais biodiversa do planeta, agravadas pela expansão da fronteira agrícola, encontra-se disponível em: https://ciclovivo.com.br/planeta/meio-ambiente/planta-do-cerrado-floresce-queimada/.

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapui.info. Gratidão!

 

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