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Autoestima revistaxapuri.info

Autoestima

AUTOESTIMA:

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“Sou dona dos meus belos cachos, da minha pele cor de noite e do meu nariz”

Por Jocelia Fonseca 

A beleza que nos conduz para a luta

é a mesma que nos mantém no dia a dia

como feras de presas saudáveis a agarrar o que nos é de direito,

tomemos o lugar que é nosso, que nos tomaram sem licença.

A minha licença, agora, será apenas por uma questão de educação ancestral.

Mas olharei na tua cara, através dos teus olhos, e direi:

não mais conduzirás meus anseios, meu amor, minha sorte.

Sou dona dos meus belos cachos, da minha pele cor de noite e do meu nariz.

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Esse nariz que não passa moldes para o qual inventaram padrão.

Vá se chatear você, quando me vir passar com um belo sorriso largo, nos meus lábios largos.

Senhor opressor, preconceituoso da minha vida

vá você se inferiorizar

vá você se deprimir

por que eu vou andar nas ruas  como se fossem passarelas a receber esta rainha negra.

Jocelia Fonseca –  Cadernos Negros. Volume 39 – Poemas Afro-Brasileiros.

Foto de Capa: Bia e Procópia Kalunga, avó e neta, do Quilombo Riachão, por Calleb Reis

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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