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As Vidas (e a Luz) de Raccielle revistaxapuri.info

As Vidas (e a Luz) de Raccielle

As Vidas (e a Luz) de Raccielle – 
 
Por Marcelo Abreu– 
 
O menino desta foto foi fotografado por uma fotógrafa maranhense chamada Raccielle Olivas, em 2015, na região quilombola de Cururupu, cidade da Baixada Maranhense. Eu nunca fui a Cururupu.
 
Ele chora porque a linha da sua pipa arrebentou. E a mãe ralhou com ele. Eu adoro o verbo ralhar. Nada mais de ‘papagaio’ naquele dia — lá pipa se chama papagaio.
 
Raccielle morreu meses depois desta foto. Ela gostava de fotografar gente. Era uma caçadora de personagens. Ela entendeu que nada é mais importante do que gente e as histórias que elas contam.
 
Eu não a conheci. Uma pena. Acho que teríamos muitas histórias pra contar.
 
Recebi a foto de um amigo da ilha. A moça deixou marcas tatuadas de gente na sua melhor luz. Como esta: o menino bonito dos olhos que falam.
 
Luz pra ti, Raccielle.
 
Que esse menino volte a empinar o seu “papagaio”.
 
Marcelo Abreu – Jornalista. Escreve sobre as lindezas da vida humana. 
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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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