Às agressões, como nos responde a Mãe Terra?
Por Leonardo Boff
O paradigma da modernidade assentado sobre a vontade de potência, quer dizer, sobre o poder entendido como dominação do mundo, dos povos, do outros, da natureza, da vida, do código genético, das energias originárias do universo e do próprio globo terrestre e, se puder, até de outros corpos celestes (Lua e Marte), mudou a face da Terra.
Forjou uma cultura material com enormes vantagens para a vida humana, mas à custa da devastação e destruição de inteiros ecossistemas, e o empobrecimento da maioria da humanidade e a produção de uma maquinaria de morte que nos pode matar a todos.
E como a Mãe Terra nos responde? Logicamente, mostra que está ferida e doente, mostrando os níveis de sua febre e a exaustão dos bens e serviços necessários para a reprodução da vida em toda a sua diversidade: é a Sobrecarga da Terra (The Earth Overshoot).
Mesmo assim ela nos brinda com beleza, flores, ipês floridos e, nessa época do ano, com cerejeiras japonesas esplendidamente coloridas. Devemos aprender a tratá-la como tratamos nossas mães: com carinho, cuidado, respeito, veneração e amor.
É urgente a universal amorização com todas as coisas como São Francisco nos mostrou e o Papa Francisco vem repetindo… Cuidar e amar. Eis as florezinhas que me saúdam cada manhã quando abro a minha janela!
Leonardo Boff – Escritor. Teólogo. Filósofo.