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Agonia revistaxapuri.info

Agonia

Agonia

Pedro Tierra

Morro a morte

mais longa,

a espantosa morte

de um continente.

 

Morro há séculos

no corpo dos povos

exterminados.

 

O coração lavrado

CONTINUA DEPOIS DO ANÚNCIO

pelo fogo

dos bandeirantes,

bugreiros,

caçadores de escravos.

 

Sua boca aberta de milhões,

ferida sangrando

na carne da História.

 

Dentes cerrados,

afio a flecha

a fogo e fúria.

CONTINUA DEPOIS DO ANÚNCIO

 

Retorno à Terra

e convoco os ossos

dos guerreiros degolados

EMANCIPADOS

pelo fogo do Arcabuz!

 

Retorno ao coração da Terra

e dele retiro minhas armas:

o braço,

a borduna,

o canto dos mortos.

CONTINUA DEPOIS DO ANÚNCIO

 

Levanto-me,

a corda dos arcos

retesada,

o corpo das lanças

refundido,

sem descanso avançam

os portadores do fogo.

 

Pedro Tierra, indignado poeta das liberdades: “Este poema não foi escrito hoje, 19/04/2022. Foi dedicado aos povos indígenas do Continente durante a campanha contra a falsa “Emancipação dos Povos Indígenas do Brasil”, promovida pela Ditadura Militar, sob a coordenação do Ministro Rangel Reis, em 1978.” Capa: Observatório do Terceiro Setor. Imagem interna: Aventuras na História – UOL, 


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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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