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A origem das águas, segundo o povo Panará revistaxapuri.info
Carbonero común bebiendo agua.

A origem das águas, segundo o povo Panará

A origem das águas, segundo o povo Panará

Zezé Weiss 

O povo Panará vive na Amazônia, no sudeste do Pará. Para os Panará, antigamente não existia água no mundo, exceto para Sagakagagu, um único homem, que tinha seis cabaças de água.

Um dia, o deus Taũgi foi procurar Sagakagagu, para pedir pelo menos uma cabaça de água. Sagakagagu respondeu que tinha água salgada e água doce, mas que nenhuma delas era boa. O deus Taũgi viu que Sagakagagu não pretendia compartilhar nada, que dali não sairia água.

Foi então que o deus Taũgi tomou uma decisão radical: quebrou todas as cabaças de água que estavam penduradas na casa de Sagakagagu. Quando as cabaças quebraram, esparramou água por todo lado. 

Está escrito no Livro das Águas – Índios no Xingu (2002): foi desse jeito que surgiram o mar, os igarapés, os rios, os lagos e as lagoas. Foi assim que água se espalhou pelo Brasil e pelo mundo inteiro.

Zezé Weiss – Jornalista Socioambiental. Releitura da Lenda da Origem das Águas, segundo o povo Panará, conforme fonte citada no texto. Capa: El País. 


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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapui.info. Gratidão!

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