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Conta o povo Kaingang, originário da região Sul do Brasil, que, num tempo muito antigo, em toda a Terra só havia uma fogueira, e essa fogueira tinha um único dono, o guerreiro Minarã.
Como ninguém mais tinha fogo, todo o povo Kaingang só comia alimentos crus e todo mundo padecia muito com o frio dos invernos rigorosos enquanto Minarã, por ser muito egoísta, guardava só para si os segredos do fogo. Em toda a aldeia, somente a oca de Minarã era aquecida pelas chamas do fogo, que eram mantidas acesas por sua filha Iaravi.
Um dia, Fiietó, jovem inteligente e astuto, decidiu tirar de Minarã o controle do fogo. Para isso, transformou-se Xakxó, uma gralha branca que voou até a oca de Minarã e, um dia, quando Iaravi se banhava nas águas do Gôio-Xopin, um rio largo e translúcido, Fiietó lançou-se à água e deixou-se levar pela correnteza do rio disfarçado de gralha.
Cuidadosa, Iaravi socorreu a gralha e levou-a consigo para perto do fogo, dentro de sua oca. Assim que suas penas ficaram secas, Xakxó colocou uma brasa em seu bico e voou. Perseguida por Minarã, a gralha se escondeu com a brasa numa caverna. Com uma vara, Minarã tentou atingir Xakxó no esconderijo até que a vara saiu toda manchada de sangue.
Pensando que tinha matado a gralha, Minarã voltou tranquilo pra sua oca. Só que o esperto do Fiietó criou o sangue esmurrando o próprio nariz para enganar Minarã. Como ficou livre do índio egoísta, Fiietó voou até um pinheiro e, dali, reacendeu a brasa quase extinta num ramo de sapé. Como o vento soprava forte, o fogo se espalhou pelo campo e propagou-se para outras matas e florestas distantes.
Foi assim que não somente os Kaingang, mas todos os outros povos indígenas conheceram o fogo. Desde então, cada aldeia guarda suas brasas e tições para nunca passar frio nem ficar sem fogo em suas casas.
Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.
Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.
Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).
Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.
Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.
Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.
Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.
Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.
Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.
Zezé Weiss
P.S. Você que nos lê pode pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapui.info. Gratidão!
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