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Oração de Aninha revistaxapuri.info

Oração de Aninha

Oração de Aninha

Cora Coralina
 
Pela manhã, abre a janela de tua casa
e faze a Prece da Gratidão.
Levanta teu coração para o Alto!
É a hora solene da oração.
Procura reter contigo
o amanhecer de um novo dia
antes que a rotina da vida
disperse o teu recolhimento.
Segue esta pequena trajetória.
Segue esta pequena jaculatória.

Senhor, Sois a Luz da minha vida.
Que eu sinta a vossa presença
na água da minha sede,
e na paz da minha casa.
“Quem chama por Deus
não cansa nunca”
e Ele se fará presente.
Muito pedimos e pouco agradecemos.
Sentimento raro de se encontrar no coração
humano: Gratidão.
Muitos se ufanam:
“Não devo nada a ninguém”.
Engano: devemos muito a todos.
Devemos, particularmente, a nossos vizinhos
a felicidade da boa vizinhança.
Em regra, aquele que acredita nada dever a alguém,
também, nada faz por ninguém.
E o egoísta: macula
os bens da vida, a alegria de viver.
Já a linguagem dos humildes:
“Abaixo de Deus devo tudo o que tenho
a fulano”. É sempre este o homem
solidário, feito para ajudar
e com ele está a benevolência,
capacidade de servir, e a paz social,
O Espírito de Deus está na sua casa
E sua tulha estará sempre derramando.
In: CORALINA, Cora. Vintém de cobre: meias confissões de Aninha. 4. ed. Goiânia: Ed. da Universidade Federal de Goiás, 198
Cora Coralina é o pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985).
Foi poetisa e contista brasileira. Considerada uma das principais escritoras brasileiras, ela teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965 (Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais), quando já tinha quase 76 anos de idade.
Mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás.

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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